Um estudo da Universidade de Buffalo e da Escola de Medicina Monte Sinai
(ambas dos Estados Unidos), publicado no site da revista Nature Neuroscience,
revelou que isolar-se do convívio social por um período prolongado pode provocar
alterações cerebrais que levam a mais isolamento.
No experimento, ratos adultos foram isolados por oito semanas para que
chegassem a um estado semelhante ao da depressão. Depois desse período, eles
foram apresentados a um rato que nunca haviam visto antes. Apesar de serem
normalmente sociáveis, aqueles que tinham sido isolados não mostraram qualquer
interesse em interagir e evitaram o novo animal.
Mas as mudanças não foram só no comportamento. A análise de tecido cerebral
dos ratos isolados revelou que os níveis de produção de mielina no córtex
pré-frontal, uma região do cérebro responsável pelo comportamento emocional,
social e cognitivo, estava significativamente menor. A mielina, também chamada
de matéria branca do cérebro, é um material gorduroso que envolve os axônios dos
neurônios e lhes permite uma condução mais rápida e eficaz de impulsos
nervosos.
Cérebro adaptável
O nosso cérebro é capaz de se adaptar às mudanças ambientais e às
experiências dos indivíduos (é a chamada plasticidade cerebral) e isso todo
mundo já sabia. Mas, até então, se pensava que os neurônios eram as únicas
estruturas que sofriam alterações. O estudo mostrou, porém, que isso também
ocorre em outros tipos de células, como as envolvidas na produção da mielina –
nesse caso, a tensão do isolamento social interrompe a sua atividade. Alterações
similares ocorrem em distúrbios psiquiátricos, como esclerose múltipla e
depressão.
A parte boa é que um período de integração social foi o suficiente para
reverter as consequências negativas do isolamento e restaurar essa produção de
mielina. Nada como manter umas boas amizades e frequentar umas reuniões sociais
para fazer você se sentir melhor, né não?
Agora, a expectativa é que o estudo ajude a entender melhor o papel da
mielina e da interação social no tratamento de distúrbios psiquiátricos, bem
como o mecanismo de adaptação do cérebro.
(Via Medical Xpress)
FONTE: super.abril.com.br
POR: Ana Carolina Prado
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