domingo, 11 de novembro de 2012

Bom chefe deve valorizar funcionários e cultivar trabalho em equipe


Embora compartilhem o apelido "The Boss" (“O Chefe”), nem todos os encarregados de dirigir equipes nas empresas e organizações têm o mesmo sucesso que o popular cantor e compositor americano Bruce Springsteen na hora de fazer com que seus seguidores dancem e cantem ao som da sua música.

Quais são os hábitos, atitudes e capacidades que transformam uma pessoa que ostenta o comando em um autêntico especialista na liderança e na gestão de equipes? O que deve fazer um chefe para alcançar o sucesso e o que é preciso para evitar o fracasso, não só com relação à empresa, mas também no que diz respeito aos seus subordinados?

Para o escritor, blogueiro e colunista americano Geoffrey James, que entrevistou executivos de sucesso e observou suas estratégias comerciais, uma das regras para dirigir um grupo é coordenar os objetivos de cada trabalhador para vinculá-lo às metas gerais do coletivo e alcançar uma boa cooperação entre todos.

James indica que, em vez de premiar um trabalhador, é preciso recompensar o grupo e variar o reconhecimento e a atenção ao invés de concentrá-los no mesmo funcionário, porque este se torna um empregado “estrela”, os demais ficam desmotivados e é criada uma sensação de falta de valorização que influi negativamente no rendimento.

O mais importante: a equipe

Para James, um líder deve deixar os empregados desenvolverem seu trabalho e assessorá-los só quando for estritamente necessário ou eles solicitarem, já que, se em vez de pensar estratégica e globalmente, intervir constantemente e se centrar em detalhes técnicos, desmotivará o grupo e tornará o trabalho mais lento, impedindo que seus empregados tirem o melhor de si mesmos.

Na opinião do especialista americano, um bom chefe deve colocar seus trabalhadores no mesmo nível ou até acima de clientes e investidores, porque eles são o motor da empresa e criam valor agregado. Os membros da equipe, se perceberem esta responsabilidade e agirem de acordo com isso, impulsionarão a carreira do diretor.

Se os empregados ficarem no último lugar do ranking de prioridades, eles não se identificarão com o projeto, já que, “se o chefe não se preocupa com eles, eles tampouco se preocuparão com suas funções”, diz James.

Outro dos segredos do bom chefe, segundo o especialista, consiste em fazer ao trabalhador as perguntas necessárias para que este reflita sobre a razão de realizar cada coisa e poder desenvolver suas próprias ideias, em vez de dar a ele uma ordem depois da outra.

Se um subordinado recebe pautas fechadas, ele é obrigado a agir com base em uma ordem ou a cumprir diretrizes muito estritas, perdendo a oportunidade de pensar e agir por si mesmo e crescer profissionalmente, segundo James.

Os chefes muito controladores que usam ameaças para dirigir os seus subordinados e as empresas que não valorizam as contribuições dos empregados frustram os seus trabalhadores, o que pode reduzir sua produtividade, segundo pesquisadores dirigidos pelo doutor Nicolas Gillet, da Universidade François Rabelais, em Tours (França).

Para produzir o estudo, os pesquisadores perguntaram aos trabalhadores de 1.118 companhias pequenas, médias e grandes o que eles pensavam sobre o estilo administrativo dos seus supervisores e quanto respaldo sentiam que recebiam das suas empresas.

Quanto mais os empregados sentiam que seus superiores e sua companhia lhes respaldavam, mais satisfeitas estavam suas necessidades básicas de autonomia e competência, melhor era a forma como se relacionavam com os demais e mais felizes e satisfeitos se sentiam em seu trabalho.

Cultivando o bem-estar no trabalho

Os empregados cujos supervisores eram coercitivos, autoritários e lhes pressionavam, e os que achavam que suas companhias não os apoiavam sentiam que suas necessidades não eram satisfeitas e tinham níveis mais baixos de bem-estar no trabalho, o que repercutia negativamente em seu rendimento.

"Para satisfazer as necessidades dos empregados, os supervisores devem proporcionar-lhes opções em vez de utilizar ameaças e prazos. Esta estratégia pode melhorar o bem-estar da sua força de trabalho", assinalaram os pesquisadores.

A impaciência e a facilidade para desiludir-se são traços da personalidade de um chefe que pioram o ambiente de trabalho. É preferível manter a cabeça fria e a distância adequada dos empregados do que agir de modo imprevisível ou emocionalmente instável, explicam Robert Hogan e Joyce Hogan em seu estudo, intitulado “Assessorando líderes: uma olhada ao lado negro”.

Outro fator nocivo para a popularidade de um chefe é a dificuldade de adaptar-se às mudanças e inovações, porque a capacidade de adquirir novas habilidades é essencial para seu próprio desenvolvimento pessoal e porque assim fica assegurado que seus subordinados o imitarão, explica David Brookmire em seu relatório “Lidando com executivos que cometeram erros fatais”.

Já Jack Stark, em seu livro “A fórmula do campeonato”, assegura que outro obstáculo para ser um bom líder consiste em pensar que os demais tentam prejudicá-lo ou o criticam pelas costas, o que o leva a mudar seu comportamento de maneira artificial.

"Independentemente da capacidade de influência e condução inata de uma pessoa e do seu carisma natural, os dotes da liderança eficaz podem ser aprendidos e adquiridos", segundo o psicólogo George Kohlrieser, da Escola de Negócios IMD, nos Estados Unidos.

Kohlrieser assegura que, "longe dos líderes coercitivos de épocas passadas, os dirigentes atuais têm de criar vínculos para inspirar suas equipes a alcançar as metas projetadas, e mais do que nunca têm de ensinar os benefícios da mudança".

Os líderes também devem "jogar para ganhar, em vez de jogar para não perder, o que faz com que o trabalho seja um lugar mais apaixonante, agradável e atraente para eles mesmos e também a todos aqueles ao seu redor", explica Kohlrieser.

O psicólogo diz também que ainda "mais importante do que contar com carisma é aprender a expressar paixão e ser autêntico, porque isso leva as pessoas a confiarem no líder".

FONTE: msn.com / EFE
POR: María Jesús Ribas

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